PREPARE-SE PARA AS DIFERENÇAS CULTURAIS.

Fazer intercâmbio é como mergulhar num mar de diferenças culturais. Muitas dessas diferenças geram aprendizado e crescimento, outras podem ser o conteúdo ideal para histórias engraçadas que serão contadas no seu retorno ao Brasil.

Hábitos, costumes e comidas serão certamente diferentes do que você está acostumado e, por isso, é importante estar preparado para aprender e, sobretudo, respeitar essas diferenças. A tolerância e respeito são essenciais para o bom convívio e para evitar frustrações durante seu intercâmbio.

Durante minha experiência como intercambista na Austrália, um país extremamente multicultural, conheci pessoas das mais diversas partes do mundo e gostaria de dividir algumas das situações que mais me marcaram.

Um dia eu, um colega coreano e outro brasileiro trabalhávamos em um projeto acadêmico juntos. Esse brasileiro estava gripado e assuou o nariz. Imediatamente o coreano fez uma cara de espanto na hora não entendemos, mas viemos saber posteriormente que isso era algo super ofensivo na Coréia do Sul.

Em outra ocasião, um intercambista carioca disse a um japonês “quando tiver um tempo vai lá em casa para me visitar”, como quem diz: quem sabe um dia não podemos combinar um encontro. Mas aparentemente o japonês levou o convite a sério e literalmente na primeira oportunidade apareceu na casa do brasileiro, que naturalmente mesmo sem esperar recebeu o visitante muito bem.

Para retribuir a visita do japonês esse mesmo rapaz foi jantar na casa do japonês, mas a primeira gafe aconteceu na chegada, ele estava 30 minutos atrasado, o que para um evento social no Brasil é aceitável, mas na maioria dos outros países esse atraso é uma extrema falta de educação. Como não bastasse, esse brasileiro não estava com muita fome e deixou um pouco da comida no prato. Coitadinho, mais uma gafe! No Japão, isso é algo mal educado.

Ouvi falar posteriormente que em alguns países árabes é exatamente o contrário, a etiqueta diria que o correto seria deixar um pouquinho no prato. Para finalizar esse meu amigo ainda disse que o japonês comia fazendo muito barulho. Como eu já tinha morado com outros japoneses, logo esclareci que isso era algo super comum entre os japoneses. Esses encontros geraram boas risadas e depois disso começamos a discutir bastante as diferenças entre as culturas que encontrávamos, o que foi muito bacana, pois ajudava a evitar que cometêssemos novas gafes.

Os australianos também têm traços culturais diferentes dos nossos:

Alguns exemplos curiosos:

Na Austrália, os alunos raramente revelam sua performance acadêmica, mas, por outro lado, eles perguntam, sem o menor pudor, quanto você paga de aluguel ou qual o seu salário.

É muito comum entre os australianos sair da casa dos pais entre os 17 ou 18 anos para estudar ou trabalhar e nunca mais voltar a morar com a família. São raros os casos de australianos que vivem com os pais depois dos 21.

A maioria das festas em casas de amigos, incluindo as mais chiques, cada um leve o que vai beber.

Poucas pessoas passam roupa na Austrália, quando realmente precisam, mandam as camisas para a lavanderia, ou usam sem passar mesmo.

Essa é para as mulheres: – se você pede uma depilação “brazilian wax”, prepare-se. não sobrará um pelinho sequer para contar a história. Aparentemente, “brazilian wax” significa depilar geral!!! Ui!

Falar ‘oi’ com beijinho é coisa para os íntimos. Ao ser apresentado para alguém, basta um aperto de mão.

As diferenças também acontecem na linguagem corporal e nos gestos.

Por exemplo: o sinal com as mãos que aqui chamamos de “paz e amor” ou “V da vitória” e que no Brasil é positivo, na Austrália, se feito com a palma da mão voltada para dentro tem o mesmo significado que se levantássemos somente o dedo médio. Portanto cuidado!!

V de Vitória: CERTO!!!
V de Vitória: ERRADO!

O gesto “hang loose”, dedo polegar e mínimo levantados, utilizado no Brasil pelos mais jovens e surfistas para situações positivas, para alguns australiano quer dizer que a pessoa quer fumar “substâncias proibidas”.

Hang loose

As diferenças não param por aí, mas penso que posso deixar as outras para que vocês as vivam pessoalmente, afinal a graça está em descobrir e ter suas próprias histórias para contar depois. E eu não posso estragar essa surpresa.

Para terminar, gostaria de dizer que depois de viajar muito, conhecer e morar com pessoas das mais diferentes culturas, australianos, neozelandeses, franceses, japoneses, coreano, suíços, alemães, colombianos, venezuelanos, argentinos, uruguaios, Israelenses, americanos… percebi que mesmo com todas essas diferenças, temos muito mais em comum e procuramos, principalmente, a mesma coisa: SER FELIZ!.

Então, durante seu intercâmbio, seja feliz, respeitando e aprendendo sempre.