E já estou em contagem regressiva para retornar ao Brasil e, de repente passa um flash em minha mente: o momento em eu decidi fazer o intercâmbio, a procura por escola, o suporte dado pela Australin Centre, a aprovação do visto, a organização das malas, o embarque, a minha chegada em Melbourne, o início das aulas, a procura por casa, a procura por emprego, as mímicas para me comunicar, as dificuldades, as alegrias, os novos amigos, uma nova cultura…
São tantas as excelentes lembranças e experiências perfeitas, que a vontade de querer ficar mais tempo briga com a saudade da família e dos amigos. Esse conflito vive atormentando meus pensamentos.
Geralmente, este é o período decisivo para todos os intercambistas: renovar o seu visto e ficar mais tempo estudando ou retornar ao seu país e matar a saudades dos seus entes queridos. Por fim, eu tomei a decisão mais sábia e emocional: eu retornarei ao Brasil para reencontrar o meu noivo, nos casarmos e após uns 7 meses, retornar à Austrália com o meu marido.
Então, depois dessa decisão, o clima entre mim e os meus novos amigos era apenas de uma breve despedida, pois eu voltarei em breve.
Eu utilizei todo o meu tempo livre para aproveitar com os meus adoráveis amigos. Eu fui conhecer o maior shopping center de Melbourne, o CHADSTONE. Ele fica a mais ou menos umas 02 horas do centro da cidade, mas ele é grandioso e vale a pena conhecer.
Seu tamanho garante horas de diversão.
Eu sou apaixonada por doces e, sabendo disso, minha roomate chinesa me levou em diversos lugares com sobremesas deliciosas para aproveitar meus últimos dias em Melbourne.
Em meu último dia de trabalho, meus amigos do restaurante me entregaram uma surpresa que eu me fez sentir muito querida: um vinho com um lindo cartão de agradecimento pelo tempo em que trabalhamos juntos. O significado deste presente foi recompensador e gratificante, em mais ou menos 4 meses, me tornar especial para estas pessoas.
Em minha última semana em Melbourne, eu decidi fazer uma feijoada e convidar as pessoas que fizeram parte desta minha inesquecível experiência, durante os 7 meses na Austrália.
Ir atrás dos ingredientes, foi a tarefa mais difícil. Primeiro, fui a um lugar chamado Casa Ibérica, onde é possível encontrar produtos típicos da América do Sul. A Casa Ibérica é um local perfeito para você conseguir matar suas vontades por algumas comidas brasileiras.
Lá eu encontrei a farofa (pronta da Yoki), feijão preto e folhas de louro.
Outro lugar interessante para encontrar alimentos incomuns na Austrália e mais baratos é no mercado de Foostcray (um bairro de classe baixa de Melbourne). Lá eu encontrei linguiças, couve (que aqui se chama brócolis da China), costelas de porco, carne seca. Mas preparem o bolso, eu gastei em torno de AUD 160 doláres australianos para fazer esta feijoada para 30 pessoas. E foi em Footscray que eu consegui encontrar mandioca (chamada de Cassava) e também pãozinho francês.
Eu não como feijão e nunca tinha feito feijoada na minha vida. Mas para atender aos pedidos dos meus novos amigos, eu resolvi arriscar.
O resultado? Conforme opinião dos 30 convidados que provaram, a feijoada estava maravilhosa. Os meus amigos brasileiros, conseguiram matar um pouco saudades do Brasil durante este dia. Foi um almoço musical, com sertanejo e samba. Em meus planos, este seria o início da minha comemoração de despedida.
Eu queria comemorar muito durante a minha última semana em Melbourne, mas restando 4 dias para eu ir embora, eu fiquei doente. Tive febre, infecção urinária, vômitos, dor de estômago.
Na véspera de minha viagem de volta, eu procurei um médico, pois até então, eu estava me automedicando com ajuda do meu roomate enfermeiro, mas não surtiu efeito. Por isso, não façam isso!
Fui a um hospital próximo a minha casa que atendia o Plano de Saúde que eu fiz antes de sair do Brasil. A recepcionista disse que apenas uma consulta seria AUD 400,00, já que eu era brasileira. E depois a própria recepcionista, me indicou outra clínica mais barata. Eu paguei AUD 90,00 pela consulta e, após uma semana, fui reembolsada no valor de AUD 35,00.
E, novamente, tive uma prova concreta que o meu inglês havia se aperfeiçoado. Eu tive que explicar ao médico o que eu sentia e compreender a linguagem técnica dele sobre qual poderia ser a causa de eu ter me adoentado. E por fim, ele me receitou um antibiótico (lembrando que, na Austrália, você só pode comprar antibiótico com receita médica) e quando chegou a hora de embarcar de volta para o Brasil, eu já estava melhorando. Mas definitivamente, eu só fiquei de fato melhor 2 dias após chegar ao Brasil. Acredito que a ansiedade de retornar ao Brasil mexeu com meu organismo e, por isso, fique doente.
É inegavelmente e indiscutível a riqueza da minha experiência vivida em Melbourne durante todos os momentos deste Intercâmbio.
Obrigada a todos aqueles que fizeram parte dessa minha jornada!
E obrigada Australian Centre por compartilhar deste momento único comigo!
Até a próxima!