Após mais de 100 mil bolsas concedidas aos estudantes brasileiros para a realização de intercâmbios em diversas partes do mundo, o Programa Ciência sem Fronteiras vai passar por algumas reformulações. Lançado em 2011, a meta inicial era oferecer 101 mil bolsas nas áreas de matemática, ciências exatas, biologia, química, engenharia, saúde e tecnologia.
Segundo Carlos Afonso Nobre, presidente da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), as diretrizes para a segunda edição do Programa já estão sendo estudadas pelos órgãos responsáveis do governo. O que vem sendo discutido é o aumento nas bolsas de intercâmbio oferecidas para estudantes de pós-graduação.
Após a liberação das bolsas oferecidas aos graduandos, muitos destes estudantes que se formaram no regime “sanduíche” – em que parte da formação é realizada em uma instituição fora do país – têm interesse em continuar os estudos e realizar novo intercâmbio já na pós-graduação. De acordo com Nobre, é preciso dar vazão a esse interesse gerado pelo sucesso do Programa e, neste sentido, é natural que a segunda etapa ofereça mais oportunidades para os alunos de mestrado e doutorado.
O presidente esclareceu ainda que a Capes já financiava intercâmbios para a pós-graduação e que a grande inovação propiciada pelo Ciência sem Fronteira foi exatamente a abertura de vagas para cursar a graduação no exterior. Na primeira fase, cerca de 78% das bolsas oferecidas foram concedidas a estudantes graduandos. Sem traçar parâmetros finais, a tendência apontada para a próxima edição é um aumento das concessões aos pós-graduandos. As novas diretrizes finais devem ser apresentadas nos próximos meses.
Em 2014, a presidente Dilma Rousseff anunciou a segunda edição do Programa, prometendo mais 100 mil bolsas até 2018. Os contingenciamentos de recursos orçamentários da União, entretanto, devem resultar em cortes no Ciências Sem Fronteiras e nas vagas oferecidas. O lançamento do edital da nova edição ainda é aguardado pelos estudantes de todo o país.